sexta-feira, 15 de junho de 2018

METÁFORA DO NAVIO




Um navio que vale milhões de dólares quebrou e o prejuízo de um dia parado no porto era de milhares de dólares.
O comandante “desesperado” chamou um técnico naval e pediu um orçamento. O técnico avaliou o navio e passou um orçamento de R$ 100 que foi prontamente aprovado. Porém, após um dia inteiro tentando consertar o navio, o técnico desistiu e disse que não era necessário pagar os R$ 100.
Um engenheiro naval foi chamado e passou um orçamento de R$ 1000 que também foi prontamente aprovado, e mais um vez o dia terminou e o navio continuava quebrado.
O comandamente, não sabendo mais o que fazer, foi pesquisar no Google “engenheiro especialista em conserto de navios” e descobriu um blog de um especialista que foi imediatamente chamado para fazer um orçamento.
Chegando ao navio e após uma breve inspeção, o especialista passou o orçamento de R$ 10 mil. O comandante achou “caro”, mas como não havia alternativa, aprovou o orçamento.
O especialista inspecionou algumas válvulas, e após 15 minutos tirou um pequeno martelo da mala de ferramentas e bateu algumas vezes em uma válvula. Como num passe de mágica, o navio volto a funcionar!
Fechando com calma a mala de ferramentas, o especialista passou na cabine do comandante para cobrar pelo serviço. O comandante reclamou “Puxa, mas você ficou apenas 15 minutos e vai me cobrar R$ 10 mil?”. O especialista pegou uma folha de papel e escreveu:
Orçamento detalhado:
– Martelada na válvula – R$ 0,50
– Saber em qual válvula dar a martelada – R$ 9.999,50
Boa reflexão a todos!
“A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído.”
Confúcio

domingo, 10 de junho de 2018

Mesmo quando tudo parece perdido... 😮 Insista, persista e NUNCA DESISTA! ✊


O PREÇO DE UM MILAGRE



UMA HISTÓRIA VERDADEIRA
Tess era uma garotinha precoce de 8 anos, quando ouviu seu pai e sua mãe conversando sobre seu irmãozinho, Andrew.
Tudo que ela sabia era que este estava doente e que eles estavam completamente sem dinheiro. Eles se mudariam para um apartamento num subúrbio no próximo mês, porque o Papai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.
Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvá-lo agora, e parecia que não havia ninguém que pudesse emprestar-lhes o dinheiro. Ela ouviu seu pai dizer à sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado:
"Somente um milagre poderá salvá-lo agora."
Tess foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo no armário. Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente. Três vezes. O total tinha que estar exato. Não havia margem de erro. Colocando as moedas de volta no vidro com cuidado e fechando a tampa, ela saiu devagarinho pela porta do fundo e andou 5 quarteirões até a Farmácia Rexall, com seu símbolo do Chefe Pele Vermelha sobre a porta.
Ela esperou, pacientemente, que o farmacêutico a visse e lhe desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento. Tess esfregou os pés no chão para fazer barulho. Nada! Ela limpou a garganta com o som mais terrível que ela pôde fazer. Nem assim! Finalmente, ela pegou um níquel do vidro e bateu no vidro da porta. Finalmente!
"E o que você quer ?" perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. "Estou conversando com meu irmão, que chegou de Chicago, e que não vejo há séculos", disse ele sem esperar resposta pela sua pergunta.
"Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão", Tess respondeu no mesmo tom aborrecido. "Ele está realmente doente... e eu quero comprar um milagre."
"Como?", balbuciou o farmacêutico atônito.
"Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e Papai diz que só um milagre poderá salvá-lo. Então, quanto custa um milagre ?"
"Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la", respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.
"Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente, conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa."
O irmão do farmacêutico era um homem bem vestido. Ele deu um passo à frente e perguntou à garota. "Que tipo de milagre seu irmão precisa ?"
"Não sei", respondeu Tess, levantando os olhos para ele. "Só sei que ele está muito mal e Mamãe diz que ele precisa ser operado. Mas Papai não pode pagar, então quero usar meu dinheiro."
"Quanto você tem ?", perguntou o homem de Chicago.
"Um dólar e 11 centavos", Tess respondeu quase num sussurro. "É tudo o que eu tenho aqui... mas posso conseguir mais, se for preciso."
"Puxa, que coincidência", sorriu o homem. "Um dólar e 11 centavos - exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos." Ele pegou o dinheiro com uma mão, e dando a outra mão à menina, disse: "Leve-me até onde você mora. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa."
Esse senhor bem vestido era o Dr. Carlton Armstrong, um cirurgião especializado em neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custo algum, e meses depois Andrew estava em casa novamente, recuperado.
Mamãe e Papai comentavam alegremente sobre a seqüência de acontecimentos ocorridos. "A cirurgia", murmurou Mamãe, "foi um milagre real. Gostaria de saber quanto deve ter custado".
Tess sorriu. Ela sabia exatamente quanto custa um milagre... um dólar e onze centavos... mais a fé de uma garotinha.Um milagre não é a suspensão de uma lei natural, mas o resultado de uma lei maior.
(Fonte desconhecida)

sexta-feira, 8 de junho de 2018

DEUS PROCURA



Esta é uma história verídica, narrada por John Powel, S.J.,professor de Teologia da Fé, da Loyola University de Chicago, EUA:
"Um dia, há muitos anos atrás, eu estava de pé na porta da sala, esperando meus alunos entrarem para nosso primeiro dia de aula do semestre. Foi aí que vi Tom, pela primeira vez. Não consegui evitar que meus olhos piscassem de espanto. Ele estava penteando seus cabelos longos e muito loiros que batiam uns vinte centímetros abaixo dos ombros. Eu nunca vira um rapaz com cabelos tão longos. Acho que a moda estava apenas começando nessa época.
Mesmo sabendo que o que importa não é o que está fora, mas o que vai dentro da cabeça, naquele dia eu fiquei um pouco chocado. Imediatamente
classifiquei Tom com um” E “de estranho... muito estranho!”.
Tommy acabou se revelando o "ateísta de plantão" do meu curso de Teologia
da Fé. Constantemente, fazia objeções ou questionava sobre a possibilidade
de existir um Deus-Pai que nos amasse incondicionalmente.
Convivemos em relativa paz durante o semestre, embora eu tenha que admitir
que às vezes ele era bastante incômodo.
No fim do curso, ele se aproximou e me perguntou, num tom ligeiramente irônico:
- O senhor acredita mesmo que eu possa encontrar Deus algum dia?
Resolvi usar uma terapia de choque: - Não, eu não acredito! -respondi.
- Ah! - ele respondeu - Pensei que era este o produto que o senhor esteve
tentando nos vender nos últimos meses.
Eu deixei que ele se afastasse um pouco e falei, bem alto:
Eu não acredito que você consiga encontrar Deus, mas tenho absoluta certeza de que Ele o encontrará um dia. Ele deu de ombros e foi embora da
minha sala e da minha vida.
Algum tempo depois soube que Tommy tinha se formado e, em seguida, recebi
uma notícia triste: ele estava com um câncer terminal. E antes que eu
resolvesse se ia à sua procura, ele veio me ver.
Quando entrou na minha sala, percebi que seu físico tinha sido devastado pela doença e que os cabelos longos não existiam mais, devido à quimioterapia.
Entretanto, seus olhos estavam brilhantes e sua voz era firme, bem
diferente daquele garoto que conheci.
- Tommy, tenho pensado em você. Ouvi dizer que está doente! - falei.
- Ah, é verdade, estou seriamente doente. Tenho câncer nos dois pulmões. É
uma questão de semanas, agora.
Você consegue conversar bem a esse respeito?
- Claro, o que o senhor gostaria de saber?
-Como é ter apenas vinte e quatro anos e saber que está morrendo?
-Acho que poderia ser pior.
Como assim?
- Bem, eu poderia ter cinqüenta anos e não ter noção de valores ou ideais, ou ter sessenta anos e pensar que bebida, mulheres e dinheiro são as coisas mais "importantes" da vida.
Lembrei-me da classificação que atribuí a ele: "E" de "estranho" (parece que as
pessoas que recebem classificações desse tipo, são enviadas de volta por Deus para que eu possa repensar o assunto).
- Mas a razão pela qual eu realmente vim vê-lo - disse Tom - foi a frase
que o senhor me disse no último dia de aula. (Ele se lembrava!...)
Tom continuou: - Eu lhe perguntei se o senhor acreditava que eu encontraria Deus algum dia e o senhor respondeu 'Não', o que me surpreendeu. Em seguida, o senhor disse, "mas Ele o encontrará". Eu pensei um bocado a respeito daquela frase, embora na época não estivesse muito interessado no assunto. Mas quando os médicos removeram um nódulo da minha virilha e me disseram que se tratava de um tumor maligno, comecei a pensar com mais seriedade sobre a idéia de procurar Deus. E quando a doença se espalhou por outros órgãos, eu comecei realmente a dar murros desesperados nas portas de bronze do paraíso. Mas Deus não apareceu. De fato, nada aconteceu. O senhor já tentou fazer alguma coisa por um longo período,sem sucesso? A gente fica cansado, desanimado. Um dia, ao invés de continuar atirando apelos por cima do muro alto atrás de onde Deus poderia estar... ou não... eu desisti,
simplesmente. Decidi que de fato não estava me importando... com Deus, com uma possível vida eterna ou qualquer coisa parecida. E decidi utilizar o tempo que me
restava fazendo alguma coisa mais proveitosa. Pensei no senhor e nas suas aulas e me lembrei de uma coisa que o senhor havia dito noutra ocasião: "A tristeza mais profunda, sem remédio, é passar pela vida sem amar. Mas é quase tão triste passar pela vida e deixar este mundo sem jamais ter dito às pessoas queridas o quanto você as amou.
"Então resolvi começar pela pessoa mais difícil: meu pai.
Ele estava lendo o jornal quando me aproximei dele: - Papai...eu disse.
- Sim, o que é? - ele perguntou, sem baixar o jornal.
- Papai, eu gostaria de conversar com você.
- Então fale.
- É um assunto muito importante!
O jornal desceu alguns centímetros, vagarosamente.
- O que é?
- Papai, eu o amo muito. Só queria que você soubesse disso.
O jornal escorregou para o chão e meu pai fez duas coisas que eu jamais havia visto: Ele chorou e me abraçou com força. E conversamos durante toda à noite, embora ele tivesse que ir trabalhar na manhã seguinte. Foi tão bom poder me sentar junto do meu pai, conversar, ver suas lágrimas, sentir seu abraço, ouvi-lo dizer que também me amava!... Foi uma emoção indescritível!
Foi mais fácil com minha mãe e com meu irmão mais novo. Eles choraram também e nós nos abraçamos e falamos coisas realmente boas uns para os outros. Falamos sobre as coisas que tínhamos mantido em segredo por tantos anos, e
que era tão bom partilhar.
Só lamentei uma coisa: que eu tivesse desperdiçado tanto tempo, me privando de momentos tão especiais.
Naquela hora eu estava apenas começando a me abrir com as pessoas que amava.
Então, um dia, eu olhei, e lá estava ELE. Ele não veio ao meu encontro quando lhe implorei. Acredito que estava agindo como um domador de animais que, segurando um chicote, diz: - Vamos, pule! Eu lhe dou três dias.. três semanas...
Parece que Deus não se deixa impressionar. Ele age a Seu modo e a Seu tempo.
Mas o que importa é que Ele estava lá. Ele me encontrou... O senhor estava certo. Ele me encontrou mesmo depois de eu ter desistido de procurar por Ele.
Tommy - eu disse, bastante comovido - o que você está dizendo é muito mais
importante e muito mais universal do que você pode imaginar. Para mim, pelo menos, você está dizendo que a maneira certa de encontrar Deus, não é fazendo Dele um bem pessoal, uma solução para os nossos problemas ou um consolo em tempos difíceis, mas sim se tornando disponível para o verdadeiro Amor. O apóstolo José disse isto: "Deus é Amor e aquele que vive no Amor, vive com Deus e Deus vive com ele".
- Tom, posso pedir-lhe um favor? Você sabe que me deu bastante trabalho quando foi meu aluno. Mas (aos risos) agora você pode me compensar por aquilo.
Você viria à minha aula de Teologia da Fé e contaria aos meus alunos o que você acabou de me contar? Se eu lhes contasse não seria a mesma coisa, não
tocaria tão fundo neles!
- Oooh!... eu me preparei para vir vê-lo, mas não sei se estou preparado
para enfrentar seus alunos.
- Então, pense nisto. Se você se sentir preparado, telefone para mim.
Alguns dias mais tarde, Tom telefonou e disse que falaria com a minha turma.
Ele queria fazer aquilo por Deus e por mim. Então marcamos uma data.
Mas, o dia chegou... e ele não pode ir. Ele tinha outro encontro, muito
mais importante do que aquele. Ele se foi... Tom havia dado o grande passo
para a verdadeira realidade. Ele foi ao encontro de uma nova vida e de
novos desafios.
Antes de ele morrer, ainda conversamos uma vez.
- Não vou ter condições de falar com sua turma. - ele disse.
- Eu sei, Tom.
- O senhor falaria com eles por mim? O senhor falaria... com todo mundo por mim?
- Vou falar, Tom. Vou falar com todo mundo. Vou fazer o melhor que puder.
Portanto, a todos vocês que foram pacientes, lendo esta declaração de amor
tão sincera, obrigado por fazê-lo.
E a você Tommy, onde quer que esteja, aí está: eu falei com todo mundo...
do melhor modo que consegui. E espero que as pessoas que tiveram
conhecimento desta história, possam contá-la aos seus amigos, para que
mais gente possa conhecê-la...".
"OS AMIGOS SÃO O MEIO PELO QUAL DEUS GOSTA DE CUIDAR DE NÓS!...” QUE FALEMOS PARA AS PESSOAS QUE VERDADEIRAMENTE NOS AMAM: - EU TE AMO
“Não diga pra Deus que você tem um grande problema, diga pro seu problema que você tem um grande Deus”· (Júlio Heringer.)

quinta-feira, 7 de junho de 2018

A lição. O mestre e o discípulo




"As sandálias do discípulo ressoavam surdamente nos degraus de pedra que levavam aos porões do velho mosteiro.

Empurrou a pesada porta de madeira que cerrava os aposentos do ancião. 

E custou a localizá-lo na densa penumbra, o rosto velado por um capuz,

sentado atrás de enorme escrivaninha, onde, apesar do escuro, fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.

E o discípulo o inquiriu:

- Mestre, qual o sentido da vida?

O idoso monge, permanecendo em silêncio, apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede.

Logo após, seu indicador ossudo e encarquilhado mostrou, no alto do aposento, o vidro da janela, opaco sob décadas de poeira e teias de aranha.

O discípulo pegou o pano e subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros.

Conseguiu alcançar a vidraça e começou então a esfregá-la com vigor, retirando a sujeira que impedia sua transparência.

O sol inundou o aposento, banhando com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros e dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações e signos cabalísticos.

O discípulo, sem caber em si de contentamento, a fisionomia denotando o brilho da satisfação, declarou:

- Entendi, mestre.

- Devemos nos livrar de tudo que ATRAPALHE nosso aprendizado...

Retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem O RECEBER da luz do conhecimento e então enxergaremos A VERDADE, com mais nitidez.

O jovem discípulo fez então uma reverência, e deixou o aposento, agora iluminado, a fim de dividir com os outros a lição recém aprendida.

O velho monge, o rosto enrugado ainda encoberto pelo largo capuz, os raios do sol da manhã banhando-o com uma claridade a que se desacostumara, olhou o discípulo se afastando.

Deixou escapar um tênue sorriso e pensou:

- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga!

E murmurou baixinho:

- Eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu."

Autor do Texto: Hugo Pinto Homem

terça-feira, 5 de junho de 2018

A Paz


“Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.
Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:
- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestade há, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam: sim, mas...
Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:
- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranquilos.
Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranqüilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas à dentro da sua intimidade”.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

A Pescaria



“Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.
A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.

O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.
Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.
Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.
O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia peixe exausto da água.
Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.
O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.
Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.
Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho!
- Mas, papai, reclamou o menino.
Vai aparecer outro, insistiu o pai.
Não tão grande quanto este, choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.
Voltou novamente o olhar para o pai.
Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.
Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.
Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.
O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta. Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.
Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.
Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.
Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.
Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.”
A boa educação é como uma moeda de ouro:
TEM VALOR EM TODA PARTE.